XI
Não me leves a sério, amor, quando escrevo palavras gastas e usadas. Não, não me leves a sério, amor. Serei eu cínica amadora nesta arte de amar por predestinação, sortilégio de uma espécie empacotada? Não, amor, não me leves a sério quando escrevo o que é desejo ouvir, nem que seja a negação. Não, amor, leva-me a sério quando escrevo amor onde me leres, nem que seja num gesto indiferente. Não, amor, leva-me a sério quando escrevo sou cínica sou indigente, sou cega amante indiferente ao amor que tenhas.
1.7.08
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